Há alguns dias tivemos a
oportunidade de mostrar ao mundo os nossos dotes vocais ao colocarmos o vídeo
da nossa participação no XXVIII Encontro de Cantadores de Reis do Concelho de
Fafe na internet. Foram necessários alguns ensaios para acertarmos com o ritmo
e a letra, mas o resultado final satisfez-nos bastante, embora não estejamos
ainda preparados para uma carreira musical muito séria. Para que esta aventura fosse
possível, tivemos a ajuda do Nuno Novais, que coordenou os instrumentos com as
vozes e nos permitiu ser um grupo “afinadinho”; à Manuela Moreira, que com o
seu cavaquinho deu mais ritmo à música, e aos Escuteiros de Revelhe que
trouxeram belas vozes para acompanharem as nossas. Mas o nosso percurso musical
seria muito curto se nos tivéssemos ficado pelo Multiusos. A possibilidade de
percorrer as ruas da Freguesia que acolhe a nossa Instituição pareceu-nos o
caminho a seguir. E assim foi. Batemos a portas, tocamos a campainhas e levamos
a nossa música a todos os que a quiseram ouvir. E muitos foram os que nos
receberam, com ouvidos despertos, sorrisos abertos e a alegria que a música
leva ao coração de quem a ouve. Houve algo em particular que nos tocou, o facto
de muitos idosos saírem das suas camas para nos abrirem as portas, num Janeiro de
noites frias que pedia o calor de uma lareira ou o conforto dos cobertores. Foi
com tristeza que calamos a voz, por vontade da chuva que teimou em cair, quando
era o céu limpo que melhor combinava com a nossa cadência musical. Com muita
pena nossa, ficaram lugares da Freguesia por visitar, mas o fim de Janeiro dita
que se terminem com estes cantares. Quem quiser recordar o nosso primeiro passo
no universo dos Reis, pode sempre aceder ao nosso Blog ou ao facebook.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
Cuidar de ti, cuidar de nós.
Já caminhamos por 2013, ainda sem
abandonar as resoluções de ano novo que se dissipam com o correr dos dias;
algumas nas quais ainda cremos, outras tomadas já com a firme certeza de que
não serão concretizadas.
Mas num ano que se avizinha difícil e
com situações complexas à espreita, há mudanças internas que podem ajudar a
lidar com as contrariedades e revolucionar a forma como vemos o mundo. Talvez
este seja o momento oportuno para as pessoas entenderem as suas próprias vivências
como parte de uma experiência humana maior e não como algo isolado do mundo e,
ao mesmo tempo, terem uma atitude de aceitação com os próprios pensamentos e
sentimentos dolorosos, sem se identificarem em demasia com os mesmos, reforçando
a capacidade para serem amáveis consigo próprios, em vez de duros e
auto-críticos.
Como meio para obter tais efeitos
sugerimos a compaixão, processo complexo e multifacetado de cura que, segundo a
perspectiva budista, permite cumprir o desejo de libertação do sofrimento.
Na teoria, a compaixão marca a vida das
crianças desde muito cedo, pela mão de um sistema baseado na afectuosidade e
num conjunto de sinais de cuidado e investimento (ex: toque, expressões faciais)
proporcionado pelos pais, através da partilha de afecto positivo que estimula o
gostar e os sentimentos de ligação, e as faz sentir pessoas merecedoras de
amor. Parece-nos, sem dúvida, um bom modelo de cuidar e por isso seguimo-lo no
Centro Social e Paroquial de Revelhe, mas a sua validade deveria garantir-lhe espaço
em qualquer seio familiar.
Sabemos que a relação com o outro proporciona
às crianças a aprendizagem de modelos de relacionamento que serão usados a nível interno, na relação consigo mesmas, e que os modelos familiares trazidos por
aqueles que acolhemos não são os mais saudáveis, apresentando estas crianças e
jovens níveis mais baixos de auto-compaixão, mais elevados de auto-criticismo e
dificuldade em manter um estado emocional equilibrado.
No Centro, pretendemos que tenham
contacto com o modelo da auto-compaixão para que o possam interiorizar. Desta
forma, promovemos através da compaixão a compreensão empática e aceitadora das
emoções das crianças e jovens, o que facilita a validação das mesmas, sempre
apoiados nos dados que indicam que a compaixão tem efeitos benéficos ao nível
do funcionamento psicológico adaptativo. No fundo, ambicionamos que a nossa
compaixão promova naqueles com quem trabalhamos sentimentos auto-compassivos,
por meio da observação e da experiência, e esta lhes permita ter uma consciência
equilibrada das próprias emoções e os ajude a promover a transformação dos
afectos negativos em estados emocionais mais positivos, e também a procurar
identificar o que mantém os estados negativos para gerar um conjunto de acções
que os modifique. De facto, não se pretende uma fuga dos sentimentos dolorosos,
nem o evitamento dos mesmos, mas uma estratégia de regulação emocional que os
perspective de uma forma consciente, com amabilidade, compreensão e um sentido
de humanidade partilhada, pois não podemos esquecer que o sofrimento é intrínseco
à condição humana e por isso vivenciado por todos os seres, em diferentes graus
e por diferentes causas. Convém ainda não confundir a auto-compaixão com o
conceito de auto-estima e com as características a si inerentes. Não trabalhamos
a auto-estima procuramos antes que as áreas mais fracas do jovem sejam
reconhecidas, sem as julgar, de forma a realizar mudanças positivas e que os
erros sejam identificados, para que se possa tentar corrigí-los, mantendo
sempre a responsabilidade pessoal sem deixar de ser compreensível e amável com
ele mesmo.
Todos nós, enquanto adultos, temos de
ter sempre presente que somos modelos para as crianças e jovens com os quais
convivemos e que quando demonstramos compaixão, eles observam-na e apreendem-na,
e tornam-se pessoas mais generosas, gratas e indulgentes. Detemos por isso o
dever, cuidadores que somos, de cultivar a compaixão em nós e ao sermos
compassivos, cultivá-la também nos outros, para que a aceitação sem julgamento
ou comparações seja atitude constante e a gentileza marque a nossa a relação
interna e aquela que mantemos com os que nos rodeiam, sem nunca esquecer que o
primeiro passo para mudarmos o mundo é querermos que haja metamorfose em nós.
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
Feliz Ano Novo!
A transição de um ano para o seguinte conta-se em segundos, mas muito há
a recordar dos 12 meses passados e muitos são os desejos para os 12 que se
seguem. 2012 foi um ano rico em emoções fortes, situações inesperadas e
reviravoltas cinematográficas. Nasceu num clima de tensão, com dúvidas que se
transformaram em tristes certezas, com medos, ansiedade e muitas lágrimas. Mas,
para contrariar o velho ditado que afirma que “o que nasce torto raramente se endireita”,
no decorrer do quarto mês do até então malfadado ano, tudo mudou e a luz ao
fundo do túnel transformou-se em aurora boreal. Dos dias negros recordamos os
que lutaram connosco, os que lutaram por nós, aqueles que nunca desistiram e os
que souberam ser aquilo de que mais necessitávamos naquela fase. Nos meses que
se seguiram, a palavra mudança marcou toda a Instituição. Pequenos pormenores,
grandes espaços, formas de agir, tudo foi revisto, embora as alterações se encontrem
num processo e muito haja a fazer. De algumas novidades vos fomos dando conta
no blog e, mais recentemente no facebook, mas há coisas que não são visíveis aos olhos e só aqueles que têm contacto directo com a Instituição tiveram
percepção das mesmas. Os doze meses à nossa frente têm os dias agendados com muitos
projectos e muitas metas a alcançar. Para isso contamos com o apoio de todos os
que, ao longo dos anos, estiveram envolvidos na vida da Instituição e também
daqueles que neste novo ano desejem juntar-se a nós na solidificação de uma
mais-valia desta cidade. Existimos pelas crianças e jovens que acolhemos e pretendemos fazê-lo cada vez com mais qualidade, esse é o nosso grande
objectivo para 2013 e para todo o futuro que queremos construir.
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