Fomos de férias! O destino era mais
distante do que as praias que habitualmente frequentamos e apresentava-se como
novidade para a maioria dos jovens. Alguns descobriram na memória uma viagem de
comboio, realizada nas saudosas férias em Viana, que conduziu ao local que nos
esperava, Vila Praia de Âncora.
Serviu-nos de casa o edifício da Cooperativa
de Ensino Ancorensis, no qual fomos muito bem acolhidos. Foi lá que vimos salas
de aula transformarem-se em dormitórios e uma cozinha com utensílio construídos
para gigantes que impressionavam num primeiro contacto, mas sobretudo quando
tivemos que os lavar.
Fomos à praia e fomos ao rio que se unem
quando este, suavemente, desagua no mar. A água convidou-nos muitas vezes a
fazer-lhe companhia e aceitamos, com sorrisos largos e profundos mergulhos entre
os peixes que viajavam nas enormes ondas e causavam alguma estranheza aos
olhos.
Houve jogos de vólei, de futebol e de
cartas; houve mordedelas de peixe-aranha, um queixo aberto no rio e uma visita
ao hospital de Viana; houve refeições improvisadas que se transformaram em
manjares e novas experiências gastronómicas; houve declarações de amor e
saudade reveladas na areia e escondidas pelo mar, passeios nocturnos que abriam
caminho ao sono e até mesmo algumas gotas de chuva.
Regressámos
ainda a Viana do Castelo, às bolas do Natário e à lembrança de quem lá foi tão
feliz e não mais voltará.
Passamos umas férias cheias de
experiências e são estas que nos ligam a quem nelas nos acompanhou, e aos
lugares nos quais aconteceram. A primeira vez que alguém viu mar, a primeira
vez que nele entrou, o seu primeiro mergulho, o primeiro amor de outro alguém,
a primeira viagem de comboio, uma verdadeira prova de amizade… Acontecimentos
que tornaram estas férias inesquecíveis e deixaram vontade de tornar a Âncora.
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