O tempo… amigo de quem quer esquecer, inimigo de quem
quer recordar. As memórias misturam-se, entrelaçam-se e não se distingue o que
é real, do que é desejo. O desejo é de que estivesses aqui. Aqui ou em qualquer
lugar que não seja aquele para o qual partiste. Contamos três anos hoje, com a
triste constatação de que te recordamos, mas que aspectos de ti têm que ser falados
para a memória os tirar de alguma prateleira já empoeirada… o esfregar das
mãos… Sabemos onde te guardamos, mas o tempo mede-se em quilómetros nos
arquivos da mente e já não é tão fácil apanhar-te por inteiro só com o esticar
de um braço. Resta-nos a saudade, a memória do coração.
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
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